Voz nas Crianças

“O meu filho está constantemente rouco porque está sempre a gritar”

“A minha filha tem nódulos nas cordas vocais”

A voz é o som produzido pelo Homem que o identifica quanto à sua idade, sexo, tipo físico, raça, origem, nível sociocultural, características de personalidade e estado emocional.

Produção da voz

A voz é produzida através da vibração das cordas vocais, estas ficam no pescoço, dentro de uma espécie de tubo chamado laringe. Quando se respira o ar passa pelas cordas/pregas vocais, antes de chegar à traqueia e aos pulmões.

Enquanto se respira as cordas vocais estão abertas, para que o ar consiga entrar e sair dos pulmões. Quando se fala estas fecham e ficam a vibrar muito perto uma à outra, produzindo som, que é a voz!

Então a voz é o som que as cordas fazem quando se juntam e começam a vibrar. Se quando falamos as cordas vocais não estiverem bem próximas uma da outra, para além da voz também sai ar.

Quando sai ar a mais a voz fica mais fraca e não se consegue ouvir tão bem. Além de não se conseguir falar mais alto também nos cansamos mais depressa, pois gastamos o ar dos pulmões mais rápido.

 

O que é a Disfonia Infantil?

É uma alteração na voz, em relação à sua voz natural. Pode apresentar-se por rouquidão, voz fraca, palavras ou sílabas que saem quase sem som, cansaço ao falar, entre outros.

É frequente que as crianças sigam o modelo de padrão vocal dos pais durante a conversação, ou seja, a forma como falam, a velocidade que usam e a atitude de conversação com os outros elementos da família.

Algumas das crianças com distúrbios vocais são caraterizadas como hiperativas, agressivas, com tendência à liderança, falam excessivamente e com intensidade forte, podendo também apresentar um perfil emocional de uma criança ansiosa e agitada.

 

Qual a sua etiologia?

As disfonias dividem-se segundo a sua etiologia em: funcionais, orgânico-funcionais e orgânicas.

As disfonias funcionais apresentam como base as alterações no comportamento vocal e estão divididas em:

Disfonias funcionais são causadas por uso incorreto da voz, quando há um uso incorreto da voz por falta de conhecimento vocal ou por modelo vocal inadequado (gritar muito, imitar vozes, falar demasiado depressa).

As disfonias orgânico-funcional referem-se ao aparecimento de uma lesão no exame otorrinolaringológico decorrente do abuso e mau uso vocal. São exemplos dessas lesões os nódulos vocais, os pólipos vocais, o edema de Reinke, a úlcera de contacto, os granulomas e a leucoplasia.

Os nódulos vocais são apontados como um dos principais fatores etiológicos das disfonias infantis, contudo, podem ocorrer outras lesões laríngeas como os quistos, pontes de mucosa e sulcos vocais.

Intervenção:

Para que uma intervenção em Terapia da Fala seja eficaz deve começar por identificar abusos e maus usos vocais, para que sejam diminuídos tais comportamentos.

De seguida devem ser utilizadas diversas técnicas de terapia. A duração média de uma intervenção em Terapia da Fala é de três a seis meses. Contudo, cada caso é um caso e o tempo exato depende do tipo de problema da criança, bem como da sua adesão ao tratamento.

Orientações pais e professores:

  • Falar num tom calmo e de intensidade mais baixa para a criança, assim ajudará a criança a perceber que conversar é uma atitude agradável;
  • Pedir em vez de ordenar: em vez de “cala-te” devem dizer por exemplo “Fazes-me doer a cabeça quando falas tão alto”;
  • Prestar atenção ao que a criança quer dizer, ensinando-lhe a esperar pela sua vez e a participar nas conversas;
  • Controlar a sua atitude vocal: não use o grito para chamar, deste modo a criança imitará esse comportamento;
  • Incentivar as crianças a beber muita água;
  • Dizer às crianças para olharem para as pessoas quando estão a falar;
  • Estar atentos às alterações na voz da criança e se notarem alguma alteração por um tempo prolongado procurar um terapeuta da fala;
  • Evitar ambientes frios, com ar condicionado, fumo, pó, pois secam a laringe e irritam-na.

 

Sinais de alerta

 

A criança tem uma voz rouca;

Tem que se esforçar para falar;

Utiliza os gritos como forma de comunicação habitual;

A criança queixa-se de dores de garganta (que no fundo pode ser a garganta seca e áspera);

Já foi “gozada” (pelos irmãos ou na escola) pela maneira como fala;


Saiba mais sobre Terapia da Fala:

Terapia da Fala no domicílio

Terapia da Fala no domicílio – Vantagens

 A minha história como Terapeuta da Fala Estávamos em 2008 e eu tinha acabado o meu curso de Terapia da Fala. Estava... read more

Terapia da Fala online

Terapia da Fala Online: Vantagens

A terapia da fala online, ou teleterapia, é quando as sessões de terapia da fala ocorrem através de videoconferência num computador... read more

Identificou alguns dos sinais de alerta no seu filho?

Precisa de ajuda?